Dia da Consciência Negra: Quilombolas da Barra de Oitis

Foto: Arliston Jerônimo/DiamanteOnline

O dia da Consciência Negra é celebrado nesta sexta-feira, 20, em todo Brasil. Na Paraíba, a grande presença de quilombolas remete esse dia à luta de um povo que hoje é livre. A data foi instituída oficialmente pela Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011 e faz referência à morte de Zumbi, o então líder do Quilombo dos Palmares – situado entre os estados de Alagoas e Pernambuco, na região Nordeste do país. 

Em Diamante, na comunidade Barra de Oitis, zona rural, fica localizado um dos principais descendentes de quilombolas do estado paraibano. A história desse povo começou por volta de 1842. Naquele ano, chegavam às proximidades do riacho dos Oitis um grupo de escravos fugitivos de uma fazenda no estado pernambucano. 

Esses negros eram denominados Querubins; eles receberam esse nome por usarem roupas longas e muitos brancas, que eram produzidas por eles mesmos. Viviam da agricultura, algo que aprenderam desde cedo. Os quilombolas, que tinham a Umbanda como religião, comiam frutas, e não criavam animais para o consumo.

Por haver terras férteis e bastante água, os escravos acharam conveniente ficar na referida localidade diamantense. Os homens e as mulheres, que tiravam o sustento na roça, temiam possíveis ataques de capitães do mato, por isso sempre ficavam na espreita para fugir dali. 

Nome

O nome da comunidade surgiu devido à superfície do local da época ser plana. Fundiram a barra, em referência ao terreno, com o riacho e a plantação de oitis, dando assim o nome de Barra de Oitis. 

Eles tinham várias culturas, dentre elas, a dança de coco — em que é formada uma roda de mulheres dançando com as frutas na mão — e a capoeira, algo que os moradores, juntamente com a escola da localidade, mantêm vivos até hoje.

Todos os anos, eventos voltado para o dia são realizados pelos moradores a fim de celebrar as lutas do povo trabalhador.

É feriado municipal em Diamante. 

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